“Para Sempre Alice” (Still Alice – 2014), o filme que rendeu à Julianne Moore seu primeiro Oscar como Melhor Atriz, conta a história de Alice, acadêmica altamente graduada e professora universitária que recebe um diagnóstico precoce do mal de Alzheimer.
O filme, assim como Alice, é muito eloquente. Seja nas sempre muito bem colocadas palavras de Alice, seja com a direção inteligente que consegue capturar o sofrimento na incapacidade de realizar as menores tarefas cotidianas, o longa se revela como um retrato sincero e respeitoso da realidade de conviver com essa doença.
Sem escapar para o dramalhão, o filme encontra seu maior trunfo na simplicidade. E ao trazer o cenário de horror para um ambiente doméstico muito palpável, se torna desconfortável para o espectador. Sem alívios, superações cinematográficas e falsas esperanças cabe à nós nos colocarmos na mesma posição dos familiares, que incapazes de fazer alguma coisa para ajudar, só podem assistir desolados à deterioração da personagem.
Tal desconforto não é um ponto negativo, muito pelo contrário. É resultado da bem sucedida missão do filme de nos conectar com esse terrível drama humano e nos aproximar de uma Alice que está cada vez mais distante de si mesma.
Enquanto Alice luta para manter a vida que ela conhece vemos o talento de Julianne Moore, que soube captar as nuances dos diferentes estágios da doença e entrega uma interpretação forte e muito doce.
O filme é bem dirigido, bem atuado e tem um belo roteiro que, sem julgamentos morais, trata sobre a percepção que construímos de nós mesmos e o que nos resta de “humano” ao sermos privados dela. Com certeza merece ser visto.
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