De vez em quando aparece algum filme que nos lembra do que o Cinema pode fazer. Em seu novo longa, Paul Thomas Anderson usa toda a sua experiência para transformar “Vício Inerente” (Inherent Vice – 2014) em um ótimo exemplo de sua arte.
O filme é daqueles onde tudo funciona bem. Figurinos, cenários e trilha sonora servem de pano de fundo para atuações excelentes que darão vida à história de Doc (Joaquin Phoenix), um investigador hippie e maconheiro que deve desvendar um caso nesse noir roots.
Mais importante do que o caso em sí é a confusão do protagonista que, cercado por belas mulheres, drogas e violência, têm que batalhar pra se manter focado. Para ajudá-lo, surgem diálogos extremamente didáticos que em qualquer outro caso seriam irritantes, mas aqui são mérito de um roteiro bem humorado que precisa se explicar não por tratar o espectador como idiota, mas por respeito a seu protagonista constantemente chapado.
A trama dá abertura para que todo o ótimo elenco brilhe, mas o foco continua em Phoenix que, apesar de já nos ter acostumado com seu talento, ainda consegue surpreender com sua excelência.
Com certeza um filme que merece ser visto.
[…] Vício Inerente – indicado à Melhor Roteiro Adaptado (Paul Thomas Anderson) e Melhor Figurino (Mark Bridges) […]